* Rigoletto, de Giuseppe Verdi, Libreto de Francesco Maria Piave (baseado no conto de Victor Hugo - Le Roi s’amuse).
Nem Verdi, talvez, tenha atentado para o fato de esta magnífica ópera contemplar todas as estações da vida de um homem. Um jovem escolherá as machistas árias “Questa o quella” e “La Donna è mobile”, justificando sua escolha:
- “Realmente, `essa ou aquela`, qualquer uma serve, até porque `todas elas são mesmo volúveis`.
Mais alguns anos, esse jovem aprenderá a respeitar e até a se comover com ária “Caro Nome”, especialmente se cantada por Maria Callas; pois já estará em fase de perceber, com certa surpresa (e retardo), que mulher “também é um ser humano”. Já na qualidade de pai, sabedor do fascínio da vida e das armadilhas do destino, ficará emocionado cada vez que ouvir “Ah! veglia, o dona, questo fiore” e Figlia!...Mio padre!”. Rigoletto
Mais alguns anos, ao ouvir o quarteto “Bella figlia dell’ amore”, começará a entender (apenas começará!), a intensa, dramática e, paradoxalmente encantadora complexidade da vida.
André Lacé
Créditos: Letras em italiano e português tiradas da Coleção Grandes Óperas Deutsche Grammophon, lançada em Portugal, com adaptações para o português do Brasil.
Caro nome & Gualtier Maldè - Maria Callas I
Ah! veglia, o donna, questio fiore
Figlia!....Mio padre!. Rigoletto - Tito Gobbi e Maria Callas
Bella figlia dell`amore - Carlos Bergonzi, Dietrich Fischer. Renata Scotto e Fiorenza Cossoto